sábado, 22 de dezembro de 2007

Prazer de ler

Há tempos num debate em Belo Horizonte, com a presença querida e saudosa do amigo e companheiro, apesar de atleticano, Roberto Drummond, nos foi perguntado como atrair os jovens para a leitura? Fiz então uma colocação provocativa. Disse que achava Paulo Coelho mais importante para a sobrevivência da literatura, do que Guimarães Rosa. Evidentemente a frase causou uma longa discussão e um certo desconforto aos mineiros mais eruditos.
Agora, li no Portal Literal, uma crônica do meu ídolo Rubem Fonseca, que fala sobre o assunto, citando inclusive um artigo da Miriam Leitão, outra que é quase uma "ídala". Em seu texto Rubem diz: "Sei, por experiência própria, que a leitura por prazer nos dá um saber mais sutil, permite conhecermos melhor a nós mesmos. ... é uma lição milenar que também nos ajuda a conhecermos melhor o Outro. O prazer da leitura nos dá um saber que liberta".
Em outro trecho ele diz: "O professor acreditava que um garoto descobriria o prazer da leitura lendo Os sertões? É uma obra-prima, mas não para ser lida por uma criança. Esse professor tinha a melhor das intenções, mas é mais fácil adquirir o prazer da leitura com livros "ordinários" do que lendo os clássicos".
Assim como o Grande Sertão Veredas, a obra maior do Rosa, também é incontestavelmente, uma obra-prima, mas, por favor, estamos falando da descoberta do prazer da leitura, aquele que em geral fazemos na infância. E agora com internet, jogos eletrônicos, youtube, etc.? É mais verdade ainda. Por isso minha frase de sempre: "Ler é a melhor e mais barata diversão", precisa vir acompanhada de ações que levem, aos mais longínquos recantos, uma literatura acessível, coisa como uma antiga coleção fantástica, hoje desaparecida, que tinha o sugestivo nome de "Para gostar de ler".
Aos professores digo, por experiência própria: - não façam como os seus professores, leiam, pesquisem e ofereçam aos alunos, antes de qualquer coisa, o prazer de ler.



Isso é tudo pessoal...

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