Quem de nós, em algum momento de nossas vidas, não desejou mandar, ou mandou mesmo, aquele texto que os amigos diziam gostar, para uma editora. Teve o tempo em que o envelope era colocado no correio e podíamos sonhar por seis a doze meses, até que uma resposta gentil chegava em um pequeno envelope. Começava assim: Agradecemos o envio do texto...
Pronto, era o despertar doloroso do sonho acalentado. Tínhamos que achar uma explicação convincente para a moça que acreditava flertar com um futuro escritor, o cara famoso e cheio da grana. Era preciso ainda arrancar ânimo e continuar a colocar no papel ideias que haviam sido descartadas pelo editor com palavras de incentivo somadas as negativas.Por que isso está no passado? Ora, porque não faço mais isso, de jeito nenhum. Aí você vai me perguntar como você publicou seu livro por uma editora real?, que está no mercado, conhecida. A resposta é simples: conheci o editor, participei de uma proposta literária criada por ele na internet durante dois anos e tive a tal sorte, o cara foi contratado pela tal editora.
Mas não sou contra mandar originais, já que muitas editoras boas abrem esta brecha. É preciso ter sangue frio esperar, às vezes anos, e nunca ter uma resposta, ou por meses e receber a tal carta simpática como uma chicotada.
Porém, aí estão a internet, os sites, os blogs, os concursos e todas as possibilidades de publicar e ser lido, muito além dos amigos e amores.Um velho tio, metido a escrever, assim como nós, me disse que literatura é igual sacanagem. No seu tempo de garoto só podia fazer sacanagem escondido, ou em casas, onde pra entrar era a maior dificuldade. Hoje se faz sacanagem em qualquer lugar, pra todos verem.
Pra bom entendedor...
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