sábado, 17 de setembro de 2011

Aqui estamos nós... 2 - Violência contra a Mulher.

                                               Foto copiada da internet - sem crédito.

Na busca de dados que trouxessem um pouco mais de entendimento sobre o assunto “VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”, cheguei às inevitáveis pesquisas.
A primeira pergunta que me fiz, após tomar conhecimento de alguns casos, foi exatamente qual a razão, ou quais as razões levam uma mulher a continuar a relação com o agressor?

A pesquisa que encontrei, é mais antiga, apesar de ter sido feita há apenas dois anos, traz este item específico.

A pergunta foi:

Na sua opinião, o que mais leva uma mulher a continuar numa relação
na qual é constantemente agredida fisicamente e/ ou verbalmente pelo
companheiro? (uma opção)

Falta de condições econômicas para viver sem o companheiro 24%

Preocupação com a criação dos filhos 23%

Medo de ser morta caso rompa a relação 17%

Falta de autoestima 12%

Vergonha de admitir que é agredida/apanha 8%

Vergonha de se separar 6%

Dependência afetiva 4%

Acha que tem a obrigação de manter o casamento 4%

O medo da morte foi citado em maior porcentagem pelos
segmentos de menor poder aquisitivo e menos escolaridade
e pelos entrevistados mais jovens.


(Fonte: Ibope / Instituto Avon, 2009.)


 O resultado da pesquisa deixa clara a dependência financeira, emocional e cultural, não necessariamente nesta ordem, de grande parte das mulheres, de seus parceiros. Engana-se, por exemplo, quem pensa que a violência praticada, principalmente no lar, é apenas física. Muitas são impedidas até de usar batom, de dançar, e pasmem, ouvi de uma delas, de sorrir em público.
Dá pra imaginar a vida de pessoas assim, ameaçadas, envergonhadas, amedrontadas? Meninas e mulheres que só querem exercer o direito à vida.


Não sei se narrar casos, divulgar alguns depoimentos, pode incitar mentes doentias. Acho que são tão contundentes que podem nos levar a refletir e tomar decisões importantes que podem salvar vidas.
Vou transcrever, a partir da próxima postagem, alguns depoimentos quase inacreditáveis, diante dos quais só podemos nos perguntar, até quando vamos aturar está barbárie fingindo que não devemos meter a colher?!


E logo também contarei aqui a história incrível de Aniella Shimura, alguém que conheceu o inferno por dentro, mas achou o caminho de volta.


Por hoje é só. 

2 comentários:

Glaucus disse...

Concordo com suas colocações. Só acrescento que a análise também deve passar por uma questão social, global, e não apenas de um ou mais casais. Quando a pesquisa aponta que o maior problema é a dependência financeira, estamos diante de um reflexo de uma política social equivocada, demonstrando às claras que o Brasil ainda é um país segregado, onde as mulheres nem de longe têm as mesmas condições de emprego/salário do homem. Apesar de termos uma "presidenta", ainda teremos que caminhar muito para alcançar a igualdade, e, apenas após isso, focarmos a análise em situações individuais para tentar solucionar o problema. Enquanto isso, acredito que a mulher é mais uma vítima da política social do que da dependência do marido.
Bem, é apenas uma opinião, e parabéns pela iniciativa de levantar a voz contra a situação. Abraço, Glaucus.

Marco Simas disse...

Muito bom seu comentário, bom e lúcido.
Obrigado e abraço.