Não vejo como pura e simplesmente uma estratégia de marketing
para causar polémica e chamar a atenção. Infelizmente ainda é cultural. É
normal, o que tem de mais mostrar uma mulher linda, sedutora, usando suas armas
pra conseguir o que deseja?
Cansei de ouvir essas e outras frases que me lembram, numa
analogia rasteira, o ilegal e daí? Só pra pegar uma tangente e não deixar passar, alguém me disse: veja o funk, por exemplo, quase todas as músicas falam em usar as mulheres, tapinha não dói e por aí vai, e faz o maior sucesso com as mulheres, de todas as classes.
Acompanho e vejo que é mesmo o maior sucesso. E assim chegamos
ao ponto fundamental: a cultura machista não é exclusiva do gênero masculino, é
uma doença, gosto de chamar assim, da sociedade, há séculos.
Pode não parecer, mas essas “bobagens”, como o comercial da
Hope, reforçam este sentimento e contribuem para renovar e perpetuar o
preconceito.
Espero que sim, que a discussão não sirva só para vender
calcinha, mas traga um pouco mais de respeito próprio a todos nós.
2 comentários:
Acho que a questão aí vai além do machismo. Praticar a liberdade significa não só ter direito de ir e vir, significa respeitar o "ir e vir" dos outros. Acredito que o problema seja de "quero proibir tudo o que eu não gosto ou acho ofensivo". Exercer o poder é mais apelativo do que exercer a tolerância...
Desculpe quem escreveu, mas, exercer o poder de analisar, o poder de discernir, o poder de tomar uma decisão, é muito mais difícil do que exercer a tolerância ,quando comodamente, basta que se diga: "respeitar o ir e vir dos outros", sem ser preciso se comprometer definindo quais as consequências que atitudes irresponsáveis como a da HOPE, que só para vender calcinhas, reforça uma noção estereotipada, embrulhada no charme de uma mulher bem sucedida em todos os sentidos.
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