Hoje cedo, feriado, assistia ao jornal na TV com minhas filhas. Edição para todo o país. A matéria falava sobre a pressão sobre crianças e adolescentes na busca por espaço em escolas públicas e particulares, os chamados “vestibulinhos”.
Quando mostraram uma sala de aula, chamou a atenção, a imagem de
abertura. O ângulo escolhido pelo câmera e preferido do editor. Esperava acabar
a matéria pra comentar, quando minha filha de 15 anos se antecipou:
“É incrível, mas toda
vez que vejo no jornal da TV uma sala de aula, sempre mostram uma aluna com as
pernas de fora, assim meio de baixo...”
Achei curioso que ela tenha notado. Meu comentário era exatamente sobre
isso, como sempre se busca, independente do que se está dizendo, ilustrar
sensualmente as matérias. No caso citado e recorrente, falamos de meninas mal
saídas da infância. E é claro que elas, referenciadas por essa cultura
ancestral, se comportam dentro dos patrões ditados exatamente por essas imagens
subliminares.
Este texto, totalmente factual, é mais uma constatação do que traz as
matérias publicadas em O Estado de S.
Paulo/iG/Folha.com. Nos mostra um cenário recente e bastante claro da calamidade que precisamos
enfrentar se quisermos levantar os olhos e afirmar vivermos em uma
sociedade justa.
Leiam:
A cada dia do mês de setembro, 194 mulheres registraram boletim de ocorrência por lesão corporal no Estado de São Paulo. A cada hora, oito mulheres foram agredidas. Em todo o mês, foram 5.844 casos de violência contra a mulher registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) que, pela primeira vez, divulga os números da criminalidade contra as mulheres.
A divulgação atende à Lei Estadual nº 14.545, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin em 14 de setembro, que determina a organização de um banco de dados sobre índices de violência contra a mulher. Esse tipo de crime já era contabilizado nas estatísticas mensais divulgadas pela secretaria, mas não era discriminado.
Segundo a SSP, os dados incluem crimes registrados nas 129 Delegacias de Defesa da Mullher e nos Distritos Policiais comuns.
Em setembro, foram registrados seis homicídios dolosos de mulheres em todo o Estado e 16 tentativas de homicídio. No mesmo mês foram 48 estupros, 30 estupros de vulnerável e quatro tentativas de estupro. O Estado registrou ainda 5.844 casos de lesão corporal contra mulheres e 5.769 casos de ameaça. Logo em seguida vêm calúnia, difamação e injúria, com 1.258 casos. Maus-tratos representaram 56 casos e houve ainda 21 invasões de domicílio.
"Quanto mais detalhadas forem as estatísticas, mais saberemos a respeito do que ocorre no Estado. É positivo que possamos saber o tipo de violência que ocorre contra a mulher para podermos atuar de forma mais precisa", afirma a delegada-geral adjunta, Ana Paula Batista Ramalho.
Comparando-se com o total de agressões no Estado, as mulheres representam 37% das vítimas. No geral, são casos que envolvem brigas e disputas domésticas com o marido ou companheiro.
Uma mulher apanha a cada sete minutos (O Estado de S. Paulo - 26/10/2011)
Em setembro, 194 mulheres registraram agressão por dia em SP (iG - 25/10/2011)
SP passa a divulgar dados de violência contra a mulher (Folha.com - 25/10/2011)
Obs.: O texto foi tirado das páginas da Agência Patrícia Galvão.
http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/
Um comentário:
È realmente um absurdo a quantidade de casos de violencia contra a mulher.mas o mais absurdo ainda e que as proprias mulheres dizem q isso é um problema do lar q deve ser resolvido entre o casal.uma vez conversando com minha amiga ea propria disse isso quando perguntei o q ela achava desse assunto.fiquei chocada! me pergunto quando sera q a sociedade vai mudar se as proprias mulheres nao defendem umas as outras.
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